A música faz parte da humanidade. Todavia, chegou um momento em que
foi preciso codificar as melodias e, a partir disso, houve a necessidade de dar
nome às notas musicais.
Por que chamamos as notas de: DÓ –
RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI?
Foi o monge beneditino Guido de
Arezzo (italiano), durante a Idade Média quem “batizou” as notas musicais como
as conhecemos hoje.
Para isso, ele utilizou um hino gregoriano
dedicado a São João Batista no qual cada estrofe é cantada em uma nota da
escala musical, subindo da mais grave para a mais aguda. Guido tomou a primeira
sílaba de cada uma destas estrofes para denominar as notas musicais.
Eis o hino no original Latim e com a
tradução litúrgica para o Português, conforme consta na Liturgia das Horas como
Hino de Vésperas da Solenidade da Natividade de São João Batista (24 de junho):
Latim
Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluit
Labii reatum
Sancti loannis.
Português
Doce, sonoro
Ressoe o canto
Minha garganta
Faça o pregão.
Solta-me a
língua
Lava-me a
culpa,
São João.
Dessa maneira temos as notas: Dó (Ut), Ré (Resonare), Mi (Mira), Fá
(Famuli), Sol (Solve), Lá (Labii) e Si (Sancte Ioannis).
A escolha do monge Guido por um hino
dedicado a São João, tem um significado também teológico muito interessante.
São João foi o precursor de Jesus,
aquele que veio para “preparar os caminhos”, “anunciar a conversão”. Assim, o
nome das notas musicais retirados de um hino a ele dedicado, leva-nos a
perceber que o nosso canto, a nossa música, deve ser sempre “proclamação”, “anúncio”
do Senhor que vem para nos salvar.
São João Batista, rogai por nós!
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